no caminho da (in)justiça.
Ela calava-se e contia-se à espera que o silêncio rasgasse o ambiente quando já lhe faltara as forças para a luta.
Até que ponto é justo lutar pela justiça? - pergunta-se.
Um dia ensinaram-lhe que a verdade é uma estrada sem caminhos, só que há quem não caminhe lá.
Ela debate-se com a injustiça e abate-se no incorformismo da norma. Nunca quis viver num mundo onde a norma fosse a mentira, e não aceita, que quem a rodeia a veja e não oiça quem se queixa.
Ela diz que é imoral. Pior que habitar no mal é aceitá-lo, pior que o injusto ser normal é apoiá-lo, pior que o engano ser natural é aprová-lo , e ela diz que pior que ser frontal é discordar mas tolerá-lo.
Dizem-lhe que na vida, por toda a parte se encontra quem prefira a ilusão da mentira, mas ela não entende. O ilusório nunca a seduziu, porque ela, nela, e em ela, sempre existiu a vontade de palpar o que lutou para que fosse seu. Suou, chorou, sangrou na luta, e na conquista nem sempre havia uma taça que pudesse erguer, mas ela conhece cada triunfo que mantém dentro de si.
Ela também é boa condutora, mas nunca soube dar boleias. Não é que ela não saiba o caminho até ao destino, não. Ela só acha que o sítio onde quer chegar tem lugares reservados. E há quem se esfole no entretanto a tentar lá chegar. E ela nunca foi cúmplice da cunha.
EU.